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100 Anos da Tuna Musical de Anta

Este fim-de-semana (24 e 25 de agosto), a Tuna Musical de Anta comemorou um marco histórico: o seu centésimo aniversário. As celebrações tiveram início no dia 24 de agosto com um concerto memorável no Centro Multimeios de Espinho, onde o talento dos músicos, sob a direção do Maestro Humberto Granja, foi destacado perante uma audiência de casa cheia. Entre os presentes, estiveram a Presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz, e a vereadora Lurdes Rebelo, que se juntaram para comemorar este momento significativo.

Durante o concerto foi ainda exibido de um filme produzido pela Câmara Municipal de Espinho. Este documentário ofereceu uma retrospectiva dos 100 anos de história da Tuna Musical de Anta, sublinhando o papel crucial que esta instituição tem desempenhado na vida cultural da freguesia de Anta e do concelho.

As comemorações continuaram no domingo com uma sessão solene no salão nobre da Junta de Freguesia de Anta e Guetim. Durante a cerimónia, foram prestadas homenagens aos sócios com 25, 50 e 75 anos de dedicação, bem como a outras figuras importantes na história da Tuna. Seguiu-se a celebração de uma missa na Igreja Matriz de Anta, culminando com a tradicional romagem ao cemitério.

O fim das festividades foi marcado por um almoço de confraternização na sede da Tuna, reunindo elementos, sócios e amigos, num momento de convívio e partilha.

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Um Século de História e Dedicação

Nos recantos de Anta, em 24 de agosto de 1924, um sonho coletivo ganhou forma. Um grupo de visionários, liderados pelo luthier Domingos Capela e orientados pelo ensaiador José Pereira de Sousa, fundaram a Tuna Musical de Anta. Nascia assim uma instituição que, ao longo de um século, transformaria o panorama cultural da freguesia e do concelho de Espinho.

Os primeiros passos foram dados em espaços emprestados, desde a casa de Manuel Ferreira do Couto Crispim, até às residências de outros membros da comunidade. Foi só em 1975, após décadas de ensaios em casas particulares e em espaços provisórios, que a Tuna finalmente conquistou uma sede própria, erguida pelas mãos de sócios dedicados. As paredes que hoje abrigam esta instituição são testemunhas silenciosas de uma história rica em desafios, conquistas e música.

A Tuna deixou a sua marca em momentos significativos da história local, tocando na inauguração da Escola Industrial e Comercial de Espinho (atual Escola Dr. Manuel Gomes de Almeida) e realizando um concerto para angariação de fundos para a construção do Centro de Saúde de Anta.

Esta instituição não é apenas um grupo musical, mas um pilar cultural que enriquece a comunidade. As suas insígnias, onde brilham símbolos como a lira, o sol nascente, e os ramos de oliveira e carvalho, carregam significados profundos: música, iluminação, paz e força.

A Tuna, contudo, não se limita ao campo artístico. Através da sua Escola de Música, tem moldado gerações, proporcionando a jovens talentos o caminho para a descoberta da música, alguns dos quais, hoje, enveredam pelo profissionalismo sem jamais esquecerem as suas raízes. Esta continuidade geracional tem sido crucial para a longevidade e vitalidade da instituição. Atualmente, a orquestra conta com cerca de 35 elementos, enquanto o grupo coral atinge as três dezenas, números que refletem a saúde e o dinamismo da coletividade.

Ao longo das décadas, a Tuna Musical de Anta expandiu a sua influência para além das fronteiras locais. Participou no movimento “Os Amigos de Música”, que reunia várias tunas da região, promovendo intercâmbios culturais valiosos. As suas atuações em romarias por todo o território nacional e até no Brasil granjearam-lhe reconhecimento e prestígio.

Sob a regência de maestros visionários, entre eles, destacam-se, Joaquim Teixeira, Guilherme Silva, e Boaventura Moreira, que dirigiu a Tuna durante 35 anos. Atualmente, sob a batuta de Humberto Granja, que assumiu o cargo em 2013, a instituição continua a inovar, realizando concertos temáticos e colaborações com solistas e coros de renome.

A Tuna Musical de Anta não é apenas uma coletividade musical; é um repositório de memórias e tradições.

Contudo, a longevidade traz consigo novos desafios. Ao completar um século de história, a Tuna Musical de Anta enfrenta uma dupla necessidade: a renovação do seu edifício centenário e a revitalização dos seus corpos sociais. Atualmente, a direção é liderada por Mário Sousa, que há 18 anos está ao comando desta instituição. No entanto, ao longo da sua história, muitos outros dedicados elementos contribuíram para a preservação deste inestimável legado cultural. O espírito de “carolice”, permanece vivo, com muitos a dedicarem o seu tempo livre à instituição.

Ao assinalar o seu centenário, a Tuna Musical de Anta olha para o futuro com otimismo. Continua a ser uma referência cultural, inspirando novas gerações de músicos e amantes da cultura em Anta e além. É uma história centenária de perseverança, talento e paixão pela arte, que promete perpetuar-se por muitas décadas vindouras.

Parabéns, Tuna Musical de Anta, pelos 100 anos de história!

(Texto: Filipe Couto)

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