Um grupo de ex-combatentes da companhia operacional de infantária CK5043 comemorou esta quarta-feira (18 de outubro) em Espinho, os 50 anos da sua partida de Espinho para Angola (em outubro de 1973), com um momento solene no Salão Nobre da Câmara Municipal de Espinho.
A cerimónia contou com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz, da Vereadora da Câmara Municipal, Leonor Lêdo da Fonseca, e do Presidente da Junta de Freguesia de Paramos, Manuel Dias, que fizeram as honras da casa e receberam a comitiva de mais de 60 pessoas, entre eles ex-militares e familiares.
Maria Manuel Cruz lembrou a sua infância como filha de um militar que esteve em África e disse que compreendia a dor e a saudade que muitos ex-combatentes sentiam. “Sendo filha de um militar, estive em África e também cumpri as comissões de serviço com o meu pai. Primeiro, no norte de Moçambique e, depois, em Angola. Percebo perfeitamente o que era, há 50 anos, partirem e deixarem as vossas famílias e amigos. Há 50 anos, as comunicações não eram como são hoje e ficávamos, por vezes, um mês sem saber qualquer notícia. A dor em muitos ex-combatentes ainda está muito presente. Por isso, vocês são uns sobreviventes. E fico muito feliz por vos ter cá e por vos receber aqui em Espinho, de onde partiram há 50 anos.”, disse.
Armando França, um dos ex-militares da companhia, agradeceu à Câmara Municipal pela receção e pelas palavras da Presidente. “Nós numa altura da nossa vida, representamos Portugal, com valentia, com coragem, e com muita humildade. Os militares que estiveram nas ex-colônias nem sempre são reconhecidos pela sua participação, numa guerra que alguns de nós considerávamos injusta. Tivemos de deixar as nossas casas e partir, como partimos, no comboio de Espinho em direção a Lisboa, e no mesmo dia embarcar para Angola.”, referiu.
Depois da cerimónia na Câmara Municipal, o grupo seguiu para o Planetário do Centro Multimeios, onde assistiu a uma sessão imersiva a 360º. O encontro terminou com um almoço de confraternização, onde os ex-combatentes puderam recordar os momentos vividos em Angola e reforçar os laços de amizade.
