O 50º Festival Internacional de Música de Espinho (FIME) voltou a surpreender o público com a sua programação inovadora, levando a música clássica para além do auditório e para o coração da cidade. Na tarde de sábado, 29 de junho, o Jardim interior da Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva foi palco de dois concertos, com a harpa de Angélica Salvi e o acordeão de João Frade.
Angélica Salvi, harpista radicada em Portugal, encantou o público com a sua maestria e sensibilidade. As cordas da harpa vibraram e ressoaram pelo tempo e espaço, transportando os presentes para uma viagem sonora. Salvi explorou as diversas potencialidades do instrumento, criando atmosferas mágicas e sobrepondo camadas sonoras circulares que uniram o passado ao futuro da música.
Em seguida, foi a vez de João Frade, acordeonista virtuoso que transcende barreiras. Herdeiro da tradição popular algarvia, João Frade mistura estilos e géneros de forma criativa, conquistando reconhecimento internacional pelo seu talento e musicalidade única. No concerto “Solilóquio”, resultado de uma residência artística no Musibéria, em Serpa, o músico explorou as capacidades do acordeão a solo, num monólogo onde diferentes vozes ressoaram através de palhetas, foles e muita criatividade.
A presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz, e o público presente aplaudiram de pé aos dois artistas, rendendo-se à qualidade das suas performances e à magia dos seus instrumentos. O Périplo do FIME, que leva a música clássica para espaços públicos da cidade, aproximou a cultura da população e democratizando o acesso à arte.